Ap. Francisco Nicolau
“O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito “. (João 3:8 – NVI).
Vivemos dias de grandes mudanças em todos os seguimentos da sociedade. São mudanças tão rápidas que quase não nos acostumamos com “o novo” , e, já surge outro ou outros novos.
A Igreja de Jesus Cristo como instrumento de transformação também vive sua própria crise existencial, e em muitos casos até parece que não sabe que rumo tomar diante do quadro confuso em que se meteu toda a humanidade.
Penso que o discurso vazio sem apresentar alternativas práticas e reais, ainda que operemos no sobrenatural, não encontrará eco nos ouvintes a quem procuramos influenciar.
Também, o discurso escatológico fatalista e ufanista já não soa tão atraente como há poucos anos atrás.
Os recentes escandalos que surgiram dentro da igreja e que foram grandemente divulgados pela mídia internacional trouxe um sentimento de descrédito e insegurança com relação ao espiritual.
A renuncia de Bento XVI mais que “um sinal” foi um fato inédito, haja vista a grande repercussão tanto no mundo religioso como no secular. Os grandes problemas enfrentados com os grupos minoritários que se sentem discriminados e ofendidos pelos cristãos nos levam a pensar que, estamos diante de um grande desafio, e, provavelmente teremos que ponderar a grande possiblidade de quebras de paradigmas.
David J. Bosch em seu extraordinário livro “Missão Transformadora” , realmente o seu Magnum Opus, ele trata do tema Teologia da Missão nestes dois mil de Cristianismo e mostra as grandes crises que a igreja enfrentou e também as grandes oportunidades que surgiram junto com as crises, em resumo: estamos “entre o perigo e a oportunidade”, assim ele introduz a sua magistral obra.
Precisamos mais que nunca da oração e dependência de Deus.
Precisamos nos reunir e conversar francamente e reavaliarmos muitos de nossos discursos.
Precisamos ouvir uns aos outros e todos, ao Espírito Santo de Deus.
Há alguns anos, diante das novidades dos “modelos” eclesiásticos e das “novas” descobertas teológicas, buscando a Deus em oração, depois de um tempo em crise por não saber que rumo tomar, o Espirito Santo de Deus trouxe ao meu coração um texto que tem sido o meu conforto nestes tempos:
20 Embora o Senhor lhe dê o pão da adversidade e a água da aflição, o seu mestre não se esconderá mais; com seus próprios olhos você o verá. 21 Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: Este é o caminho; siga-o. (Isaías 30:20-21 – NVI).
Precisamos caminhar em humildade diante de Deus e busca-Lo com sinceridade e verdade, pois, “os ventos que estão soprando” nem sempre são Os Ventos do Espírito Santo,portanto, é vital ouvirmos a Sua voz nos dizendo, este é o caminho: siga-o.
Que Ele mesmo nos capacite, pois foi Ele quem começou a boa obra em nós, e, com certeza a cumprirá até o dia de Cristo.
Francisco Nicolau